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O novo conceito de cidade inteligente e cidade sustentável

No campo do planejamento urbano, fala-se cada vez mais de cidades sustentáveis, sustentabilidade urbana, bairros verdes, transição energética e uso de fontes renováveis de energia.

Há apenas 10 anos, poderia parecer utópico pensar em uma cidade mais ecologicamente correta, especialmente se pensarmos em grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte ou Cidade do México, onde só o tráfego diário transforma o ar em puro smog.

Felizmente, estamos agora caminhando numa direção mais ecológica, com a sustentabilidade ambiental como referência em todos os campos.

Novos modelos de construção estão se movendo em direção à bio-construção, utilizando materiais sustentáveis, o transporte urbano está gradualmente sendo equipado com mobilidade elétrica, e fontes renováveis de energia como energia fotovoltaica, geotérmica e mini-eólica vertical estão sendo utilizadas nos centros urbanos.

De acordo com Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, o que agora são chamadas de cidades inteligentes poderia reduzir as emissões atmosféricas de CO2 em um bilhão de toneladas/ano até 2030.

Para conseguir isso, as cidades precisam ser equipadas de forma inteligente, seus objetivos precisam ser direcionados para a sustentabilidade e não para o lucro a qualquer custo, e certas ideais precisam ser perseguidas com convicção.

Ideias eco-sustentáveis a serem desenvolvidas

As ideias básicas para uma cidade inteligente devem começar com uma construção mais cuidadosa, transportes urbanos menos poluentes, o uso de energia produzida a partir de fontes renováveis, mas também e sobretudo a educação cívica dos cidadãos para respeitar o meio ambiente. Vamos analisar alguns objetivos realizáveis:

Consumo do solo

Uma cidade com bairros sustentáveis deve ter como objetivo reduzir drasticamente o consumo de terra. Por que construir mais concreto quando há centenas de casas, apartamentos e galpões vazios? Vamos aprender a usar o que está disponível - afinal, é isso que estamos tentando ensinar a nossos filhos.

Mobilidade elétrica

Incentivar o uso de veículos elétricos não deve ser apenas uma tarefa para os fabricantes de automóveis, mas um compromisso concreto para os administradores locais. É inútil pedir aos cidadãos que façam um esforço quando o transporte público utiliza ônibus velhos e altamente poluentes. Carros elétricos

Energia renovável

Incentivar o uso de energia fotovoltaica, solar térmica, micro e mini-eólica em ambientes urbanos deve ser a norma. Novas tecnologias fizeram grandes avanços, tais como acumuladores para armazenar energia a ser utilizada ao longo do dia, novos e mais eficientes painéis solares, e mini-usinas eólicas verticais que se adaptam bem aos contextos urbanos.

Verde urbano

O verde urbano não deve ser entendido somente como grandes parques verdes, mas também como telhados e terraços, pequenos jardins, todos os quais ajudam a consumir o CO2 acumulado, atuam como isolante natural, reduzem áreas de concreto com consequente ganho térmico, e tudo isso a um custo relativamente baixo.

Coleta seletiva de lixo

A coleta separada de lixo, que já funciona em muitas cidades, deve se tornar a regra para um futuro melhor, para permitir menos lixo e recuperar materiais que podem ser reutilizados, tais como plástico, papel, vidro. Uma cidade sustentável deve necessariamente começar com a educação cívica dos cidadãos, talvez recompensando os virtuosos que fazem seu melhor na coleta seletiva de lixo.

Projetos eco-sustentáveis

Transformar uma cidade em uma cidade inteligente não é tarefa fácil: novos bairros sustentáveis podem ser criados mais facilmente, mas transformar um ambiente criado pelo homem com um passado enraizado no consumismo desenfreado é muito difícil.

Hoje, porém, há uma tendência a buscar uma melhor qualidade de vida, e as cidades que podem garantir uma série de serviços úteis, respeitando o meio ambiente, são certamente mais atraentes para as atividades econômicas.

Em resumo, precisamos manter uma visão global mais focada no impacto ambiental, na qualidade de vida e no futuro de nossos filhos.

Para entender melhor isto, vejamos o que está acontecendo na Europa, que certamente está muito à frente do Brasil neste aspecto. Vejamos a cidade de Gênova na Itália, por exemplo, que ganhou três licitações da União Européia para projetos de cidades inteligentes.

Estes projetos partem de alguns conceitos básicos:

  • Promoção do uso de energia renovável
  • Redefinição da decadência urbana
  • Exploração do território de uma forma inteligente Sobre este último ponto, por exemplo, em Gênova existe um plano de energia portuária para garantir a eletricidade para a área portuária com mini-turbinas eólicas e painéis fotovoltaicos colocados nos telhados dos edifícios portuários. A mobilidade elétrica na área portuária também é incentivada.

Conclusão

Em resumo, o objetivo de tornar as cidades mais inteligentes é realizável se todos nós assumirmos um compromisso, mesmo que de forma reduzida, se os administradores locais governarem com visão de futuro e se soubermos aproveitar ao máximo as oportunidades que as novas tecnologias nos oferecem.

Mesmo o trabalho inteligente há apenas alguns anos era utópico, hoje alguns cidadãos podem se permitir trabalhar em casa sem ter que viajar de carro, e isto também ajuda a reduzir o impacto ambiental. A pandemia do Coronavirus, que obrigou a grande maioria dos funcionários a trabalhar em casa, mostrou que o trabalho remoto ambientalmente sustentável é perfeitamente possível em muitos casos, pelo menos em uma forma parcial. Lembremos que “os outros somos nós”, e nós podemos fazer muito.